terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Letreiro - Café e outros vícios"

O copo de café esquenta a mesa
Palavras cruzadas enchem a estação
Maletas e casacos, saltos e sapatos
Pressa de encontros estão por todo o lugar
Bolinhos e pães amaciam a anciosidade
O relógio - tic tac - não para de girar.


Moça sinuosa, esguia, socada ou curva
Moço cordial, mulambo, doce ou animal
Saturado do corre corre, trem apertado
Outros apressados com mais contas a pagar
Terminal de embarque, próxima partida
Outros clientes estão para chegar

Em meio ou caos, tamanha folia
Meu tranquilo negócio vai a funcionar
Alguns sentam, alguns desejam entrar
Muitos não reparam no letreiro ressaltado:

"Café e outros vícios".

Letrista observador que veio pintar
Reparou o cliché de tantas vidas
Ignorou o jornal que naturaliza a violência
Abateu-se com o ibope da vida alheia.
Necessitado, precisou expressar-se,
Em minha lanchonete deixei abordar
O grande cardápio do dia dizia:
"Destino trivial do desencontrados".
Aqui ninguém está a repousar!



Por:. Mateus Cerqueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário