terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Poesia de 10 minutos"

Se fosse azedo meu gosto
Seria por não ser maduro
Assim como a uva crescendo
Ainda precisa de sol, chuva...

Não planta em lugar errado
Não aduba sempre um bocado
Tudo deve ser moderado
Temendo o estrago do fruto.
Para ficar maduro
Perde seu azedo e adocica.

Se fosse azedo até a maturação
Seria limão,
Mas não pertence esse ao meu gosto!



Por:. Mateus Cerqueira

"Letreiro - Café e outros vícios"

O copo de café esquenta a mesa
Palavras cruzadas enchem a estação
Maletas e casacos, saltos e sapatos
Pressa de encontros estão por todo o lugar
Bolinhos e pães amaciam a anciosidade
O relógio - tic tac - não para de girar.


Moça sinuosa, esguia, socada ou curva
Moço cordial, mulambo, doce ou animal
Saturado do corre corre, trem apertado
Outros apressados com mais contas a pagar
Terminal de embarque, próxima partida
Outros clientes estão para chegar

Em meio ou caos, tamanha folia
Meu tranquilo negócio vai a funcionar
Alguns sentam, alguns desejam entrar
Muitos não reparam no letreiro ressaltado:

"Café e outros vícios".

Letrista observador que veio pintar
Reparou o cliché de tantas vidas
Ignorou o jornal que naturaliza a violência
Abateu-se com o ibope da vida alheia.
Necessitado, precisou expressar-se,
Em minha lanchonete deixei abordar
O grande cardápio do dia dizia:
"Destino trivial do desencontrados".
Aqui ninguém está a repousar!



Por:. Mateus Cerqueira

"Vento brando"


Quando vier de maneira gentil
Receberei a tranquilidade que emana
Toda a luz é por mim mais divina
Salta do vazio e me encontra de repente
Estonteante emoção.

Seja delicada no toque inicial
Bem como é perfeita em qualquer tempo
Carrega o que me aflige, estabeleça a calma
Nesse tempo de luta que somente progride
Me cabe seu balanço.

Já sei sobre sua onipresença
Já vi seu balanço e sua linda cor
Só me falta aguardar sua próxima licença
Brisa suave em meu corpo arqueado
Sossego do temporal



Por:. Mateus Cerqueira